O universo do design de interiores abriga diversos estilos. Um que é pouco conhecido e explorado, e é um dos mais surpreendentes, é o estilo steampunk*. Em essência ele é uma mistura da era vitoriana com seus elegantes acessórios, com a força dos elementos industriais, dando uma forma que parece ter saído das histórias de Julio Verne e H. G. Wells. É um subgênero de fantasia e ficção com um certo toque mágico.
Sua premissa é transformar o velho em novo e o novo em velho, havendo uma certa rejeição da estética atual com tecnologia avançada, mas valorizando invenções da era do carvão e do vapor. Mescla a herança da era vitoriana com mecanização, invenção, arte, literatura e fotografia.
Existem algumas características do estilo para dar à sua casa um visual steampunk. As cores aplicadas nesse estilo são o castanho, sépia, preto, vermelho escuro, verde escuro e as cores metálicas. Latão, cobre e bronze são os metais utilizados na construção de móveis e objetos decorativos.
Os móveis antigos são aproveitados, pois além de serem característico do estilo costumam conferir personalidade e graciosidade, além de tornar o projeto sustentável. Um dos materiais mais importantes para definir esse estilo é o couro, que traz elegância e luxo, podendo ser usado na cadeira, por exemplo. O acabamento acolchoado típico dos sofás chester, é muito utilizado nos estofados.
Os vitorianos sempre inventavam novas ferramentas e dispositivos, por isso se utiliza o barômetro, telescópios ou máquina de escrever como objetos decorativos. Também vale lupas, monóculo e lâmpadas articuladas em metal antigo. Cartolas ou chapéus-coco podem ser usados por serem símbolos da era vitoriana, bem como uma mesa de costura. Outras boas opções são expor bengalas ou capacetes.
Mapas antigos são muito utilizados, criando murais ou quadros, por exemplo. O herbário também pode virar quadros e as fotos antigas da família, em sépia, também devem ser expostas. Vale muito usar um globo terrestre antigo e zepelins como objetos de decoração. A mesa pode ser improvisada com um velho baú ou com uma mala antiga. Desenhos técnicos e anatômicos também são representativos do estilo e devem ser expostos, bem como livros antigos com capa dura. Cadernos antigos com capa de couro também farão diferença.
Paredes de tijolos expostas traduzindo um estilo industrial são uma ótima opção. Engrenagens também são itens importantes da cultura steampunk, ficando à serviço da imaginação. Pode ser um relógio de parede como também pode usá-las para criar peças de arte industrial. Tubos de metal são um verdadeiro coringa, servindo até para criar estante para expor os livros. O que nos esforçamos pra esconder, nesse estilo é mostrado e valorizado.
É empregado o contraste de texturas, combinando um material duro como o couro, e um macio, como a renda. Papéis de parede com um padrão vitoriano ou pintura na parede com as criaturas dos livros de Julio Verne ou algumas instalações mecânicas da Máquina do Tempo do Wells, também são encontradas.
Outra característica desse estilo é o uso das luminárias que trazem luxo e funcionam muito bem quando incidem sobre texturas como tijolos expostos e metais, por exemplo.
A fantasia e a engenhosidade são fundamentais nas construções de ambientes nesse estilo. É uma estética peculiar e excêntrica que traz resultados muito particulares, criando um visual completamente novo e repleto de personalidade. É necessário deixar a imaginação transbordar, afinal Steampunk é, antes de mais nada, uma sensação.
*O termo Steampunk apareceu pela primeira vez em 1987 pelo autor K.W. Jeter, sendo usado para descrever o gênero de ficção científica, cultural e artístico em que a maquinaria industrial é vista como visualmente majestosa.
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